Pode
ser interessante, assustador, e as vezes engraçado, independe de como você enxergar os fenômenos sobrenaturais ou o poder da
imaginação... Também podemos dizer que é coincidência, coisas que o vento
que moveu, esta escrito é o destino ou simplesmente Fé.
Não consigo explicar com detalhes os dias vivido dentro do
hospital, as dores, a tristeza e o pensamentos negativos. A solidão
passa a te acompanhar sempre que termina a hora da visita. Mesmo tendo medicos,
ou outro paciente no mesmo quarto que você, nada se compara
ao conforto de sua casa, estar com família, amigos, esta próximo dos bens
que você conquistou,... a dor física e psicológica andaram juntos e depois
de vários dias internado, ja não suportando mais estar
naquele lugar.... na ultima noite que estive no
hospital, alguma coisa diferente aconteceu...
Aparentemente uma noite como as outras, as enfermeiras passando a
cada uma hora, a Televisão ligada, e o barulho dos geradores de energia,
barulho de carro passando pela avenida e eu para variar com muitas
dores. Minha cama estava próximo da
janela e próximo televisão, e dividido por uma
cortina, mais próximo da porta de saída tinha um paciente que tinha
chego à algumas horas, fazia companhia para mim, e eu para
ele, não trocamos nenhuma palavra, até que eu pedir para desligar a
televisão e ele não quis. Alguns minutos depois eu percebi que ele estava
muito incomodado, por volta das duas horas da madrugada, eu ouvia ele
gemendo de dor, e bem baixinho repetia... "ai minha perna... ai
minha perna" e ao mesmo tempo eu chorava e olhava pela
janela. A posição que eu estava na cama, olhava na direção da janela
e só conseguia ver o céu. uma noite de poucas nuvens e muitas
estrelas, a lua ilumina minha cama, deixando o clima mais tristonho, pela
situação que eu estava. Então comecei pedir para o céu, para
me tirar dali, olhando para as estrelas, soluçando e com
vontade de fazer as necessidades básicas, apetei o botão que solicita a
presença da enfermeira, apertei mais duas vezes e ela não
apareceu, só me restou segurar e esperar até as enfermeiras do próximo turno
chegar, as 5 da manhã. Não aguentei, mijei na cama, e alguns minutos
depois eu ouvi um pequeno estouro, a televisão se apagou.. os
geradores silenciaram, e somente a luz da Lua iluminava aquele lugar, olhei
para o vão inferior da porta, a luz do corredor estava acesa, fiquei
apreensivo mas não me desesperei, apenas observei, foi então que a porta se
abriu devagar, uma senhora que não era a enfermeira caminhava em minha direção,
antes de falar comigo ele perguntou ao rapaz da cama ao lado: posso orar por
você? O rapaz desdenhou e disse: vai embora não quero nada. Ela se
aproximou da minha cama e fez a mesma pergunta, eu aceitei, ela então estendeu
a mão sobre a minha cabeça e começou a falar baixinho, eu fechei os olhos,
não ouvir nenhuma palavra enquanto ela estava com a mão estirada, depois de
alguns minutos ela disse: amanha você vai para casa, no momento em que ela
falou a as palavras "vai para casa" eu abri os olhos
e não havia ninguém do lado da minha
cama, então fechei os olhos novamente e dormi. Acordei
ainda estava escuro, comecei a engasgar com minha saliva, foi quando
eu vomitei, foi tanto vomito que sujei além da cama, a cortina que ficava
a quase um metro de mim. no mesmo instante o enfermeiro Ricardo chegou e disse;
você esta bem, cara você fez um estrago aqui, vamos tomar um banho?!
aquele cheiro insuportável, com vergonha não dizia uma palavras, ele me
carregou no colo, me colocou em uma cadeira dentro do banheiro e em baixo
do chuveiro. Fiquei paralisado olhando a água cair, pensando se o que
vi foi real ou imaginação, lembrava da frase que eu ia para casa e
começava a chorar, minhas lagrimas se misturava com a água do chuveiro que
o enfermeiro nem percebeu que eu estava chorando. Em poucos minutos me
acalmei, retornei para a cama que já estava limpa, e continuava a pensar e
tudo isso... até que as 7:30am
Dr. Celso entra em meu quarto e diz: bom dia rapaz vamos embora...? Liga para
alguém vir te buscar. Era só o começo da minha recuperação, agora o choro era de
alegria, a felicidades estampada da minha cara, fiz três
ligações e todas as pessoas que liguei compareceram para ir me
buscar. no tempo que eu fiquei esperando para ir embora perguntei sobre a
mulher que veio na noite anterior, me disseram que não permite visitas
noturnas, nem de parentes e nem de nenhuma entidade religiosa. e foi assim que
eu passei a acreditar e seres de outros planos, e também percebi que nem todos
os seres misteriosos fazem mal. Pelo contrario podem até ajudar. como essa
mulher, que nunca mais apareceu.
O mundo da realidade tem seus limites. O mundo da imaginação não tem fronteiras.