terça-feira, 1 de setembro de 2015

A Viagem

Caminhos, desafios, histórias...cada caminho uma história e cada história um desafio cada desafio um aprendizado.

Partimos para o sul de minas com objetivo de apreciar a cerimonia e dedicar aos noivos felicidades até que a morte ó separe, após muita festa, diversão e churrasco a hora de partir estava próximo, e seria mais um final de semana perfeito. Algumas horas antes de voltar para a cidade de pedra, decidir brincar com o futuro jogador de futebol, em meio a dribles e gracinhas, pisei em falso e quebrei o pé, na hora parecia apenas uma torção... seguimos para o pronto socorro mais próximo, tiramos um raio X e foi comprovado fratura no metatarso na falange do pé esquerdo rs.. Fui encaminhado para um hospital e lá mesmo coloquei gesso, e ganhei um atestado de 30 dias. Seguimos para o primeiro desafio... Dali seguir para a rodoviária e já sabia que a viagem seria longa... não podendo usar muletas e não podendo por um pé no chão, fui igual a um “saci maneta” após seis horas de viagem com atrasos, chegamos meia noite na rodoviária... agora seria o caminho mais intenso, dependíamos de condução e faltava poucos minutos para encerrar o expediente do transporte e ainda iriamos pegar Metro, Trem e ônibus, seguimos no pula-pula com um pé só e chegamos cansados no metro, mas chegamos.., depois subi uma escada rolante e desci mais dois lances de escada, corre que o próximo trem será o último do dia, o corpo já cansado da viagem longa e a paciência esgotada, sigo pulando e sorrindo a cada pulo, o trem já está na plataforma ouço no rádio de um guarda.. “Segura o Trem que temos um deficiente para seguir viagem” ufa chegamos, agora falta só mais algumas estações e já estamos na nossa cidade...não! O caminho de chegar em casa ainda nos prepara mais um desafio, em meio a bate papo e argumentos sobre a situação ouve - se aquela voz cansada: “esse trem não seguirá viagem manutenção nas linhas, por favor desembarcar, para seguir viagem ônibus em frente à estação” o choro interno estava a uma gota para sair, a perna já não aguentava mais pular, por se tratar do último trem daquele dia, o ônibus na estação também seria o último.  Do trem até o ônibus estimativa de três minutos, mais no meu caso estimativa de vinte e cinco minutos, subi o primeiro lance de escada e parei, uma pessoas chamou o guarda que trouxe uma cadeira de rodas, chegamos até o elevador e terminamos de subir, porem na parte externa da estação não tinha elevador, são quatro lances de escada descendo, e apenas um guarda para terminar essa caminhada, ouço o motorista buzinando, alguém gritando para esperar, e o nervosismo tomando conta, já passa de uma hora da madrugada e eu na ponta da escada da estação não sabendo o que fazer, dentro de no mínimo uns cinco minutos reuniu um guarda municipal, um segurança da estação, um faxineiro e acredito eu que o cobrador do ônibus e eu suando cansado nos braços de quatro homens e sorrindo rs.. Em fim cheguei em casa, feliz e agradecido, com a voz no radio pedindo para segurar o trem para eu conseguir entrar, pelo segundo guarda que trouxe a cadeira de roda e ajudou a descer as escada, pelo segurança da estação que foi proativo para ajudar, pelo cobrador além de ajudar a carregar também poderia ter perdido o ultimo ônibus, pelo motorista que mesmo buzinando e querendo ir embora para poder descansar, assim que entrei no ônibus perguntou se eu estava bem e ainda contou histórias no caminho, e agradecer principalmente ao o Anjo que veio do meu lado o tempo todo, me levou no pronto socorro, foi no hospital,  minuto a minuto orientado e vendo a melhor forma de seguir esse caminho, servindo água para eu aguentar,  serviu de apoio a cada pulo, segurou minha mão quando eu descansava,  enfim agradecer ao abraço no fim total dessa viagem.

Apesar de todas as dificuldades, ainda existem pessoas de bom coração.   
Fazer o bem sem olhar a quem ;) não faz mal a ninguém


Um comentário:

  1. Como gratidão não gasta nem acaba, deixo aqui minha gratidão por replicar sua perspectiva! Pois no tempo que estamos vivendo, nos falta casos cativantes em sua simplicidade, para nutrir nossa fé em nossa espécie.

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